Estatisticas enganadoras
À primeira vista, o ano de 2018 terminou com valores médios de temperatura e precipitação próximos do habitual em Portugal continental.
No entanto, um olhar mais atento revela que foi um ano climatologicamente muito irregular e extremo.
Há anos com grandes variações que depois parecem relativamente normais quando vemos as médias gerais. As estatísticas podem ser enganadoras e até utilizadas para manipular as pessoas.
Hoje em dia temos de ter especial atenção a estes fenómenos de manipulação através de dados estatísticos enviezados ou mal analizados.
Principalmente dado o desenvolvimento de AI focada em manipular a opinião pública.
Temos um espaço web onde mais de 50% do tráfego global são bots e agentes de AI especializados em lobbying e manipulação.
📉 Um Inverno Frio
O Inverno de 2018 foi frio, com vários locais a registarem valores próximos de mínimos históricos. Algumas regiões do interior centro e norte atingiram valores negativos consistentes ao longo de semanas.
🔥 …e um Verão de Calor Extremo
O Verão de 2018 ficou marcado por cinco ondas de calor, destacando-se a de início de agosto, que estabeleceu vários recordes.
📍 A 4 de agosto:
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46,8 ºC registados em Alvega (Abrantes) — um dos valores mais elevados de sempre no país.
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17 estações meteorológicas ultrapassaram os 45 ºC.
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Em Lisboa/Gago Coutinho, mais de 40 ºC durante quatro dias consecutivos.
🌧️ Uma Primavera Anormalmente Chuvosa
Apesar da seca severa que dominou parte do inverno e de um verão muito seco e quente, a primavera de 2018 foi uma das mais chuvosas de sempre, com episódios de precipitação intensa e persistente, responsáveis por compensar parcialmente o défice hídrico acumulado.
📊 As Médias Escondem os Extremos
2018 é um exemplo claro de como analisar apenas as médias climáticas anuais pode ser enganador.
➡️ Apesar da compensação estatística entre o frio do inverno e primavera e o calor extremo do verão, e entre a seca do Inverno e a chuva excessiva da Primavera, foi precisamente devido aos fenómenos meteorológicos extremos que depois as coisas ficaram "equilibradas".
Fenómenos esses com impactos na agricultura, saúde pública e infraestruturas.
📌 Conclusão
A estatística é essencial na climatologia, mas deve ser contextualizada. Anos médios podem esconder variações e fenómenos extremos que são cada vez mais frequentes no atual cenário de alterações climáticas.