Humidade e Mofo. Como evitar?

💧 Um Perigo Silencioso para a Saúde Pública

A humidade excessiva e o consequente aparecimento de mofo (fungos microscópicos) podem ter efeitos graves na saúde, principalmente em grupos vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

Estes microrganismos só podem ser eliminados eficazmente mantendo os espaços interiores secos e bem ventilados.


🛑 Como prevenir o crescimento de fungos:
  • ❄️ Desumidificadores: ajudam a reduzir os níveis de humidade relativa do ar.

  • 🔥 Aquecimento da casa acima dos 20–22°C: evita a condensação e reduz o risco de aparecimento de mofo.

  • 🌬️ Ventilação regular: especialmente durante o dia, em períodos de sol ou tempo seco, para renovar o ar interior.

  • 🧼 Limpeza frequente de zonas propensas a condensação: como janelas, cozinhas e casas de banho.


📉 O Inverno Português: humidade sem calor

No Inverno, em especial nas regiões do litoral português, registam-se pontos de orvalho por vezes na ordem dos 15°C, estes valores são similares aos que se verificam no Verão.
Contudo, as temperaturas máximas rondam os 15–19°C.
No interior o problema tende a ser ligeiramente menos grave porque a humidade do ar é menor e as temperaturas mais baixas limitam a formação de bolor. 

Casas frias e mal isoladas:

Por outro lado, as casas em Portugal são mal isoladas e tendem a arrefecer particularmente no Inverno devido ás noites mais longas e frias.
Quando o ar húmido entra nas casas, mal isoladas e frias, tende a condensar imediatamente em todas as superficies.
Também ao se trazer roupa molhada ou chapéus de chuva molhados estamos a introduzir ainda mais água dentro das casas.

Com isto temos condições perfeitas para o crescimento de fungos:

  • Níveis de humidade relativa constante superior a 80%

  • Permanência contínua de baixa radiação e elevada humidade durante vários dias consecutivos



🏥 Impactos na saúde pública

A presença prolongada de mofo pode provocar:

  • Reações alérgicas

  • Crises de asma

  • Infeções respiratórias

  • Pneumonias fúngicas em casos mais graves

Os custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) associados a estas patologias são significativos e em parte evitáveis.


🏠 Como Manter a Casa Seca no Inverno
✅ 1. Usar um desumidificador
  • Remove o excesso de humidade do ar.

  • Ideal para divisões como quartos, caves ou casas de banho sem ventilação adequada.

  • Deve ser esvaziado regularmente e, se possível, utilizado com um higrómetro para manter a humidade relativa dentro de casa entre 40% e 60%.

🔥 2. Aquecer a casa acima dos 20–22 °C
  • Ao manter a temperatura interior superior ao ponto de orvalho, evita-se a condensação de humidade nas superficies.

  • Quanto mais alta a temperatura em relação ao ponto de orvalho, mais baixa a humidade relativa.

🌬️ 3. Ventilar e arejar 
  • Abrir as janelas durante os períodos mais secos e soalheiros do dia ajuda a renovar o ar e a reduzir a humidade acumulada.

  • É importante mesmo em dias frios, que por norma são os dias mais secos e com ponto de orvalho mais baixo — 10 a 15 minutos por divisão são suficientes.

🧼 4. Evitar fontes de humidade
  • Use exaustores ao cozinhar ou tomar banho.

  • Evite secar roupa dentro de casa, ou faça-o com ventilação adequada.

  • Repare infiltrações ou fugas de água.

 


🇵🇹 Soluções estruturais

O combate à humidade não deve depender apenas dos cidadãos. É essencial:

  • Investir na eficiência energética das habitações

  • Apoiar o isolamento térmico e ventilação controlada

  • Incluir este tema em políticas de saúde pública e habitação

Estas medidas trariam benefícios para:

  • A saúde da população

  • O ambiente

  • A redução de custos com cuidados de saúde


🔗 Referências:

Humidade e Bolor causam doenças graves

World Health Organization (WHO) – Guidelines for indoor air quality

Indoor environment: mould and dampness