Incendios no Ártico
🌲 Incêndios: Parte do Ciclo Natural... até certo ponto
Os incêndios florestais, em certas condições, fazem parte do ciclo natural dos ecossistemas, especialmente em florestas de coníferas do hemisfério norte:
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Permitem eliminar árvores mortas ou doentes
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Algumas espécies vegetais dependem do calor do fogo para libertar ou germinar sementes
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Ajudam a reciclar nutrientes no solo
No entanto, quando ocorrem com demasiada frequência ou intensidade, os incêndios:
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Destruem vastas áreas florestais
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Afetam habitats naturais e biodiversidade
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Comprometem o equilíbrio dos ecossistemas
🔥 Mais calor = Mais incêndios
Com o aquecimento global, as condições para a ignição e propagação de incêndios têm-se agravado:
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Aumento dos dias quentes e secos
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Maior probabilidade de trovoadas secas – principal causa natural de ignição
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Alargamento da época de incêndios para além dos meses de Verão
Este fenómeno já é notório em florestas boreais do Canadá, Rússia e Escandinávia, onde os grandes incêndios estão a tornar-se mais frequentes e intensos.
(Incêncios na Sibéria em 2019)
🌫️ O ciclo vicioso do carbono
Os incêndios florestais intensos libertam para a atmosfera enormes quantidades de carbono, na forma de:
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🔺 Dióxido de Carbono (CO₂)
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🔺 Monóxido de Carbono (CO)
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🔺 Compostos orgânicos voláteis
Este carbono agrava ainda mais o efeito de estufa, contribuindo para o aquecimento global. O processo entra assim num ciclo de retroalimentação – ou seja, quanto mais aquece, mais incêndios há, e mais o planeta aquece.
🧊 O Perigo Invisível: O Degelo do Permafrost
Mais preocupante do que os incêndios imediatos é o risco crescente de degelo do permafrost.
Este risco é acentuado pelo facto de alguns dos incendios registados durante o Verão permanecerem ativos durante o Inverno em profundidade, queimando o solo profundo e reativando-se no Verão seguinte.
🔹 Permafrost é o solo permanentemente gelado em regiões polares e subpolares (como Sibéria, Alasca ou norte do Canadá).
Enquanto permanece congelado:
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Os materiais orgânicos não se decompõem
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O solo funciona como armazém de carbono, retendo metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂)
Contudo, com o aumento das temperaturas:
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O permafrost começa a descongelar
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A matéria orgânica apodrece
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São libertados gases com elevado potencial de aquecimento global
💥 O metano, por exemplo, é mais de 25 vezes mais potente que o CO₂ no curto prazo!
(Incêncios na Sibéria em 2019)
🚨 Um ponto de não retorno?
Segundo as projeções científicas mais recentes, ultrapassar certos limiares climáticos pode desencadear mudanças irreversíveis:
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500 ppm de CO₂ atmosférico
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Aquecimento global de 2 a 3 °C
Esses cenários colocariam em risco:
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A estabilidade dos ecossistemas globais
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A segurança alimentar
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A habitabilidade de várias regiões do planeta
🔧 Por isso, é fundamental reduzir drasticamente as emissões de carbono a nível global.