O aquecimento do Atlântico
📈 O Atlântico Está Mais Quente
Nas últimas décadas, temos assistido a um período de temperaturas oceânicas elevadas no Atlântico, resultante de:
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Factores naturais, associados à fase quente da Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO)
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Factores antropogénicos, relacionados com o aquecimento global induzido pelas emissões humanas de gases com efeito de estufa
A Oscilação Multidecadal do Atlântico é um ciclo natural de aquecimento e arrefecimento das águas atlânticas, que ocorre aproximadamente a cada 60-80 anos, provocado por variações nas correntes oceânicas e na circulação atmosférica.
🌀 Como se Articula com as Alterações Climáticas?
Embora este ciclo natural seja conhecido, não se sabe ainda ao certo como irá comportar-se face ao aquecimento global progressivo.
Se, num cenário pré-industrial, esperaríamos um novo arrefecimento do Atlântico em meados do século XXI, o excesso de calor acumulado na atmosfera e nos oceanos poderá impedir ou reduzir significativamente essa fase fria.
🌡️ Impactos Observados e Tendências
Nos últimos 20 anos, várias tendências têm sido verificadas:
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Intensificação de furacões e tempestades subtropicais fora das áreas tradicionais, com mais atividade no Atlântico Central e Norte, e menos junto aos trópicos e à costa americana
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Aumento da intensidade média de cada tempestade
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Fortalecimento das monções no Sahel, com mais chuva e tempestades, trazendo benefícios agrícolas, mas também riscos de cheias e propagação de doenças tropicais
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Alterações nos padrões de circulação atmosférica nas latitudes médias
➡️ Estas tendências já foram observadas, não são apenas previsões teóricas.
🌍 Consequências para o Clima de Portugal
O aquecimento do Atlântico terá implicações diretas no clima português:
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Mais ondas de calor e fenómenos extremos
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Mudanças no comportamento das depressões e anticiclones no Atlântico
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Aumento de situações de tempo instável
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Potencial de furacões e tempestades tropicais atípicas a atingirem latitudes mais altas, incluindo a Península Ibérica
📌 Conclusão
Estamos perante um cenário de interação entre ciclos naturais e alterações climáticas induzidas pelo homem, cuja evolução futura será determinante para a estabilidade climática no Atlântico e na Europa Ocidental.