O dia em que Lisboa ficou debaixo de água
Uma das grandes efemérides meteorológicas do século XXI em Portugal ocorreu no dia 18 de fevereiro de 2008, quando a cidade de Lisboa registou níveis históricos de precipitação, provocando inundações severas.
📌 O que aconteceu?
Um sistema depressionário posicionado a sudoeste da Península Ibérica aproximou-se do continente e interagiu com uma massa de ar tropical, anormalmente quente e húmida, proveniente de Cabo Verde.
👉 Desta interação resultou a formação de uma linha de trovoadas muito ativa, que atingiu a região de Lisboa, provocando:
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Chuva intensa e contínua
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Trovoadas frequentes
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Cheias rápidas urbanas
📊 Valores registados
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Mais de 150 mm de precipitação acumulada em 24 horas em algumas estações
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Na estação oficial de Lisboa/Gago Coutinho (Aeroporto de Lisboa) foram registados 129 mm nesse dia
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Só entre as 5h e as 6h da manhã caíram quase 100 mm em algumas zonas
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Para contexto: em Lisboa, o mês mais chuvoso do ano regista, em média, menos precipitação do que aquela registada em apenas 24 horas neste evento
⚠️ Consequências
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Cheias urbanas rápidas, resultantes da intensidade da precipitação em curto espaço de tempo, para as quais os sistemas de drenagem urbanos não estavam dimensionados
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Inúmeros prejuízos materiais e condicionamento de infraestruturas
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Vítimas mortais e feridos, além de evacuações e interrupções de tráfego
📌 Porquê tanta água em tão pouco tempo?
A gravidade deste evento deveu-se não só à intensidade da precipitação mas também à persistência:
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As linhas de trovoada mantiveram-se sobre a Grande Lisboa durante várias horas
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O solo e os sistemas de drenagem não conseguiram escoar eficazmente tanta água, gerando alagamentos súbitos em zonas baixas e infraestruturas subterrâneas
📖 Referência
Relatório Técnico sobre as Cheias em Lisboa, 18/02/2008 (PDF)