Riscos e proteção civil

⚠️ Gestão do Risco 
🌪️ A complexidade do risco

As situações de risco, sobretudo no contexto das ciências ambientais e meteorológicas, são extremamente desafiadoras. Isto deve-se, em grande parte, ao facto de muitos fenómenos naturais:

  • Terem comportamentos não lineares

  • Serem imprevisíveis, novos ou pouco estudados

  • Evoluírem em tempo real, obrigando a decisões rápidas

A gestão do risco, nesses contextos, é muitas vezes um processo em aprendizagem contínua, o que significa que erros, falhas de interpretação e incerteza fazem inevitavelmente parte do percurso.


💡 O erro faz parte da ciência

Na ciência, o erro não é sinal de fracasso, mas sim uma oportunidade de melhoria. Erros e incertezas devem ser vistos como etapas no processo de aprendizagem, e nunca usados como:

  • Ferramentas de ataque político

  • Pretextos para minar a confiança nas instituições ou nos profissionais envolvidos

👉 A transparência na comunicação é, por isso, um dos pilares centrais da gestão de risco.


🗣️ Comunicação clara e honesta

Uma comunicação eficaz deve:

  • Ser clara, honesta e transparente

  • Transmitir a informação mais atualizada possível

  • Criar um ambiente de confiança e colaboração

  • Reconhecer limitações humanas e a incerteza científica

🔑 A verdade, mesmo quando difícil, é sempre melhor do que falsas garantias.


📚 Educação como base da resiliência

Outro pilar essencial é a educação e capacitação da população e dos organismos públicos. Isto inclui:

  • Ensinar conceitos científicos e matemáticos básicos

  • Promover o pensamento crítico

  • Tornar o conhecimento científico acessível a todos

📢 A ciência deve ser democrática e compreensível, não um exclusivo de especialistas.


✅ Risco tolerável: um conceito essencial

É impossível eliminar totalmente o risco. Em muitos casos:

  • Não temos controlo total sobre os fenómenos naturais

  • A eliminação total do risco implicaria medidas tão drásticas que seriam contraproducentes

É por isso que se trabalha com o conceito de risco tolerável, ou seja, o nível de risco aceitável para uma sociedade, tendo em conta:

  • A vulnerabilidade de grupos diferentes

  • A percepção individual do risco, que é subjetiva e ligada ao medo

👉 Esta abordagem permite proteger os mais vulneráveis e agir de forma justa e eficaz.


🧭 Solidariedade e consciência coletiva

Vivemos numa sociedade tecnológica mas frágil, muitas vezes desconectada do impacto das suas ações. A gestão de riscos exige:

  • Consciência ambiental e social

  • Espírito de solidariedade

  • A noção de que a liberdade individual depende do bem comum

Momentos de crise são também momentos de reflexão, aprendizagem e transformação. São nessas alturas que mais precisamos de dar o melhor de nós, enquanto cidadãos e seres humanos.


📚 Referência 

📖 At Risk: natural hazards, people’s vulnerability and disasters