Subida do nível do mar

📈 Uma Realidade Incontornável

A subida do nível do mar está entre os efeitos mais graves e duradouros das alterações climáticas, com consequências económicas, sociais e ambientais catastróficas.

Desde o século XIX, têm sido feitas medições do nível médio dos oceanos. Muitas cidades costeiras desenvolveram-se com base numa cota oceânica relativamente estável. Contudo, desde o início do século XX, assistimos a uma subida gradual — e cada vez mais acelerada — do nível médio do mar.


🌡️ Causas da Subida do Nível do Mar

A elevação do mar resulta de dois fatores principais:

  1. Expansão térmica dos oceanos – A água do mar expande-se à medida que aquece.

  2. Degelo de glaciares e mantos de gelo continentais, especialmente na Antártida, Gronelândia e em cadeias montanhosas (Alpes, Andes, Himalaias, entre outras).

Desde 1940, o nível do mar já subiu cerca de 20 cm. As projeções mais recentes apontam para uma subida que pode atingir 1 metro a 1,5 metros até 2100, em cenários de emissões elevadas.

Mesmo que o aquecimento global fosse interrompido hoje, o nível médio do mar continuaria a subir durante séculos, devido à inércia térmica dos oceanos e ao derretimento contínuo dos mantos de gelo.


🏙️ Regiões em Risco

“A subida do oceano irá submergir algumas das áreas geográficas mais importantes para o ser humano.”

Historicamente, as populações humanas preferem viver junto ao mar, beneficiando de climas mais amenos, solos férteis em deltas e planícies aluviais, e acesso facilitado ao comércio marítimo.

Contudo, estas zonas são particularmente vulneráveis à subida do nível das águas, o que coloca em risco:

  • Cidades costeiras

  • Terras agrícolas férteis

  • Infraestruturas críticas (portos, aeroportos, estradas, etc.)

  • Ecossistemas estuarinos e aquíferos


🇵🇹 Exemplo em Portugal

Em território nacional, os efeitos já se fazem sentir:

  • A destruição recente do Mouchão da Póvoa, no estuário do Tejo, demonstra como marés vivas, tempestades e erosão costeira já ameaçam zonas habitadas e produtivas.

  • Zonas como os arrozais do Sado e do Mondego, a Lezíria Ribatejana, e áreas em torno da Ria de Aveiro podem tornar-se inabitáveis ou improdutivas até ao final do século.


💸 Impactos Económicos e Sociais
  • Perdas em infraestruturas, habitações, produção agrícola e bens culturais.

  • Aumento da migração climática, com necessidade de realojamento de milhões de pessoas.

  • Custos imensos de adaptação e reconstrução, especialmente em regiões pobres e densamente povoadas.


✅ O Que Podemos Fazer?
1. Mitigação
  • Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa através de:

    • Energia renovável (solar, eólica, hídrica)

    • Energia nuclear ( especialmente fusão )

    • Desenvolvimento do hidrogénio verde

    • Eficiência energética

2. Adaptação e Planeamento
  • Ordenamento do território com políticas de longo prazo:

    • Proibição de construção em áreas abaixo dos 5 a 10 metros de altitude

    • Reforço de defesas costeiras naturais e artificiais

    • Recolocação planeada de populações em zonas vulneráveis

    • Proteção de aquíferos contra salinização


📍Exemplo: Cascais

A evolução do nível do mar em Cascais tem sido monitorizada há décadas. Esta informação é vital para o planeamento urbano e gestão do risco costeiro, sendo um exemplo da importância da monitorização científica contínua.

Nível do mar em Cascais


📚 Referência